Atualizado em: 28/02/2024 – 09:02:09

O câncer de ovário é uma doença que merece extrema atenção. De todos os tumores ginecológicos, é o mais letal, por ser um tipo de tumor silencioso. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, sete em dez pacientes morrem em decorrência do câncer de ovário no país. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2023, são estimados 7.310 novos casos de câncer de ovário no Brasil.

Para alertar a população sobre a doença, foi criado o Dia Mundial do Câncer de Ovário, celebrado na próxima segunda-feira, dia 8 de maio. A data foi idealizada em 2013, por um grupo de líderes de organizações de defesa da doença em todo o mundo, visto que o câncer de ovário é de difícil diagnóstico nos casos iniciais.

No entanto, alguns cuidados pessoais podem auxiliar no diagnóstico precoce da doença, conforme conta o ginecologista e cirurgião oncológico do Hospital São Lucas, Dr. José Carlos Barboza Gama Filho. “O câncer de ovário demora a apresentar indícios, o que leva a mulher a não desconfiar da doença. É importante que cada uma conheça bem o seu próprio corpo, pois alguns sintomas são sutis como inchaço abdominal ou sensação de estômago cheio rapidamente após as refeições, dor pélvica (um pouco diferente da cólica menstrual, porém contínua), mudanças no hábito intestinal (diarreia ou constipação), perda de peso de forma rápida e fraqueza”.

Os tumores de ovários se dividem em três grandes categorias. Os tumores epiteliais que começam a partir das células que cobrem a superfície externa do ovário, em geral acomete mulheres acima de 50, 60 anos, representam cerca de 85% dos casos. Os tumores de células germinativas, que começam a partir das células que produzem os óvulos, geralmente mais raros, representam cerca de 5% dos casos de câncer de ovário. Os tumores estromais, que começam a partir de células que formam o ovário e que produzem os hormônios femininos: o estrogênio e a progesterona.

De acordo com o Dr. José Carlos, alguns desses tumores são benignos e não se disseminam para além do ovário. Já os tumores ovarianos malignos ou limítrofes (baixo potencial de malignidade) podem se disseminar para outras partes do corpo”, esclarece.

Atualmente, existem muitas pesquisas para desenvolver exames de rastreamento para o câncer de ovário, mas sem sucesso até o momento. Os dois exames mais utilizados na pesquisa deste tipo de câncer são o ultrassom transvaginal e o exame de sangue do marcador CA-125.

O Hospital São Lucas possui um Ambulatório com ginecologistas especializados em Oncologia e Cirurgia Oncológica, proporcionando um tratamento adequado e humanizado para cada caso, em qualquer tipo de tumor ginecológico, incluindo o câncer de ovário. Dr. José Carlos explica que após o diagnóstico, o médico discutirá com a paciente as opções de tratamento, levando em consideração os benefícios de cada um e os possíveis riscos e efeitos colaterais. “O tratamento costuma envolver cirurgias para retirar a maior parte do tumor visível, seguido de quimioterapia para matar as células cancerígenas remanescentes”, conta.

Atendimento completo também no SUS

A Santa Casa BH, maior hospital 100% de Minas Gerais, possui um tratamento completo para as pacientes com casos suspeitos ou confirmados do câncer de ovário. Desde o atendimento inicial no Ambulatório de Ginecologia Clínica no Centro de Especialidades Médicas, até chegar ao Instituto de Oncologia – um ambiente que oferece o melhor atendimento e uma estrutura de ponta para milhares de pessoas que estão na luta contra vários tipos de câncer, incluindo o câncer de ovário. O Instituto de Oncologia da Santa Casa BH, inaugurado em 2021, possui 37 consultórios, 88 pontos para tratamento de quimioterapia, dois aceleradores lineares, quatro leitos de urgência, salas de observação, além de toda a infraestrutura hospitalar.

O cirurgião oncológico da Clínica Cirúrgica da Santa Casa BH, Dr. Pedro Hansen Monteiro de Paula fala sobre os fatores que podem aumentar o risco de desenvolver o câncer de ovário como, “histórico familiar (mulheres com um ou mais parentes de primeiro grau com câncer de ovário); idade (mulheres acima de 50 anos); exposição hormonal (o uso prolongado de terapia de reposição hormonal (TRH), após a menopausa); infertilidade ou nunca ter engravidado; obesidade; tabagismo; exposição a produtos químicos (como amianto e talco)”. O cirurgião oncológico ressalta que muitos casos da doença não têm uma explicação identificável e algumas mulheres sem fatores de risco conhecidos podem desenvolver o câncer.

De acordo com o Dr. Pedro Hansen, não há medidas preventivas conhecidas para o câncer de ovário, mas há alguns fatores que podem reduzir o risco, tais como: uso de contraceptivos (mulheres que usam contraceptivos orais por pelo menos cinco anos têm um risco menor de desenvolver a doença); gravidez e amamentação (mulheres que tiveram filhos e amamentaram têm um risco menor de desenvolver câncer de ovário); dieta rica em frutas, verduras, grãos integrais, e baixa em gorduras pode ajudar a reduzir o risco de câncer em geral; exercício físico; remoção cirúrgica dos anexos de forma preventiva (ooforectomia e salpingectomia bilateral) somente para pacientes com alto risco de câncer de ovário.

De acordo com os médicos, não há exames de rotina que possam detectar o câncer de ovário em estágios iniciais, quando é mais tratável. O exame de ultrassom pélvico e o exame de sangue CA-125 são às vezes usados para detectar o câncer de ovário em mulheres de alto risco ou em mulheres com sintomas sugestivos, mas esses exames não são precisos o suficiente para serem usados ​​como uma medida de triagem de rotina em mulheres sem sintomas ou história familiar. É importante que as mulheres conversem com seu médico sobre quais exames de triagem são apropriados com base em sua história familiar e outros fatores de risco.

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